sábado, 17 de dezembro de 2011

Tempo de Mudanças...


Atendendo a pedidos da sogra Nadir, vou atualizar o blog com esse post sobre mudanças...

Não sou (ou somos) especialista em mudanças, mas olhando para trás eu diria que já tenho certa experiência... Apenas para constar (caso minha memória não me ajude mais no futuro), eu morei um bom tempo da minha vida no bairro da Saúde em São Paulo, depois fui morar com a Claudia no bairro do Cambuci (isso foi em 2003), viemos para Toronto em 2009 e moramos por 40 dias em um quarto (na rua Esplanade), mudamos para um apartamento de 1 dormitório na Bloor x Javis e recentemente compramos (financiado) um apartamento de 2 dormitórios na Spadina x Front.

A mudança do Brasil para o Canadá foi bem estranha (não trouxemos todas as nossas coisas, pois havíamos vendido), mas eu diria que essa última foi a mais complicada (ou diferente).

Passo-a-passo da mais recente mudança:
1) Identificação do momento de adquirir um imóvel próprio (antes de tudo esperamos esse momento de decisão de querer estabelecer raízes por aqui).
2) Pesquisa online de imóveis (região, preço, tamanho, etc.) - www.realtor.ca
3) Rápida análise financeira para saber o orçamento (momento de saber se é loucura ou qual o tamanho da loucura... rs) - basicamente a gente não queria mexer nos nossos investimentos no Brasil.
4) Conversar com o Carlos Soares (brasileiro que mora aqui no Canadá e trabalha com financiamentos imobiliários) para aprender sobre o processo e tirar algumas dúvidas. Ele fez algumas simulações também!
> Affordability: baseado no salário anual e histórico de crédito, dá para simular qual é o valor total que conseguimos financiar.
> Downpayment (entrada): deve ser de pelo menos 5% ou pelo menos 30% caso a pessoa não tenha histórico de crédito ou seja novo imigrante (isso foi o que o gerente do banco me explicou). A gente conseguiu dar apenas 5%. Com uma entrada baixa, as instituições financeiras pedem também um seguro (CMHC por exemplo) - fazendo as contas, achamos mais vantajoso pagar o seguro do que trazer dinheiro do Brasil para dar mais entrada.
> Opções: taxa fixa ou taxa variável (pegamos a variável - 2,25% ao ano,  por 5 anos) - a taxa de juros é muito mais baixa que no Brasil e isso é um outro motivo pelo qual vale a pena dar uma entrada baixa. Acho que no Brasil deve ser por volta de 8% ao ano...(?)
> Premium: existe uma taxa base (meio que tabelada) e o desconto sobre essa taxa chama-se Premium. A melhor coisa a fazer é pesquisar quem oferece melhor premium.

5) A esposa do Carlos - Carmem, trabalha como agente imobiliário (grande dupla hein?) e pediu para a gente passar para ela mais ou menos o que estávamos procurando (região, tamanho, valor, etc.). Basicamente queríamos casa/apartamento de 2 dormitórios, 2 banheiros, garagem, e se possível um depósito; com condomínio não muito alto.
6) Ela fez a pesquisa e mandou por email umas 40 opções. Eu filtrei aqueles que achamos mais interessante e combinamos de visitar os imóveis. Foram váaaaaaaaaaaaarias visitas!!! Começamos a definir o que estávamos querendo (a localização por exemplo se tornou mais importante que a vista).
7) Finalmente ficamos entre 2 e acabamos optando pelo que tem mais opções de transporte para o centro financeiro (que é onde eu trabalho).
8) Fui ao banco HSBC conversar com o gerente e saber do processo de financiamento (aqui chama-se Mortgage) e melhores condições e tal. Nesse momento o que mais nos preocupava é a Claudia ainda estar no período de experiência para poder compor a renda.
> Dica: acho que seria menos estressante ir ao banco antes de sair procurando imóvel, pois o fator tempo é algo muito importante na compra de um.
9) O HSBC ofereceu um Premium muito bom e acabei preenchendo os papéis para solicitar a análise de crédito. Mais ou menos ao mesmo tempo colocamos uma oferta para o vendedor do apê escolhido. O problema quanto ao tempo reside no fato de que a gente tem prazo para cumprir (apresentar a confirmação do Banco e capacidade de pagamento) com o vendedor caso seja aceita a oferta.
10) Foram vários vai-vem com o HSBC para acelerar o retorno e aprovação do crédito. Um problema que aconteceu (e o gerente havia dito anteriormente que não seria problema) foi o período de experiência da Claudia. Foi necessário subir a alçada para que o comitê de risco do HSBC aprovasse como exceção.
11) Tivemos de pedir a prorrogação do prazo com o vendedor (e assumir o risco dele desistir do negócio ou aparecer outra oferta e entrar em competição) por conta desse contratempo no HSBC. Felizmente acabou dando tudo certo.
12) Definimos a data da entrega da chave (closing date) para o dia 8 de Novembro (período em que meu cunhado estaria aqui com a família). Até o closing date tínhamos direito a 2 visitas (por exemplo, para trazer alguma pessoa e fazer o orçamento de pintura, piso, etc.)...
13) Marcamos a vistoria do apartamento com um especialista (achei que foi um dinheiro bem aplicado, pois estou tranquilo sobre o funcionamento de todas as coisas aqui).
14) Assinamos os papéis do HSBC e optamos pelo pagamento acelerado de 2x por mês (pois recebemos 2x por mês). Dessa forma vamos amortizar mais rápido.
15) Toda a transação monetária (Comprador > Banco > Vendedor) é feita por intermédio de advogados (do comprador, do Banco, do vendedor). A Carmem indicou um advogado que fica em Brampton.

(continua no próximo post, pois este está ficando muito comprido).

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