sábado, 22 de outubro de 2011

"Eu sou um guerreiro que sozinho bate em mil!"

Eu não sabia que título dar a esse post e então escolhi o primeiro verso do grito de guerra do "Guerreiro" da Poli-USP. O que quero representar nesse post é a coragem e vontade de seguir sempre em frente.

Hoje completamos 1 ano e 9 meses que estamos aqui no Canadá e muita, mas muita coisa mesmo aconteceu nesse período. Posso dizer com mais segurança que dentre as coisas que aconteceram, algumas foram excelentes, outras boas, outras nem tanto.. e algumas outras bem ruins. Por exemplo, tenho a impressão de que às vezes passamos por um período de auto-conhecimento e nos sentimos desafiados por coisas que outrora nos eram confortáveis para resolver ou seguir em frente.

Será que tudo isso faz parte da nossa Zona de Desconforto? Será que é o preço que se paga  por "nascer grande em um lugar novo"?

Apenas para registrar algumas coisas que aconteceram nesse período:

- Mudamos 2 vezes de casa e iremos mudar mais uma vez em breve (deixamos nosso apê no Cambuci, São Paulo e moramos por 40 dias num quarto alugado; saímos do quarto alugado e alugamos um apê de um quarto; e em breve nos mudaremos para um apê com 2 quartos que estamos comprando).
- Tanto eu quanto a Claudia experimentamos trabalhar em 2 diferentes empregos.
- Compramos um carrinho e decidimos trocar.
- Já tive probleminha (nada sério) de saúde.
- Engordei, emagreci, engordei, emagreci, engordei, engordei...
- Ainda vejo progresso no meu inglês e acredito que sou de certa forma bilíngue.
- Adotamos um animal de estimação e pela primeira vez entendo algumas responsabilidades que assumimos quando temos algum outro ser que depende de nós.
- Consigo encaixar na minha rotina atividades "extra-curriculares" como: Krav-Magá e Desenho. Quem sabe em breve volto a tocar violão?
- Acho que venci o fantasma da inferiorização ao trabalhar com "gringos" e saber que respeitam muito minha capacidade e ideias.
- Sinto que algumas amizades ficaram mais distantes e aprendi a suportar essa "distância".
- Sei que sem a Claudia eu não teria ido tão longe..
- Aprendi a rever todos os dias meus valores e valorizar o que tenho. E a cada dia tento aprender mais e mais que o verdadeiro valor é aquilo que eu considero e não a opinião de outros.
- Descobri que o idioma não deve ser um obstáculo para poder fazer aquilo que a gente gosta. Na verdade, quanto mais obstáculos, maior é a satisfação quando se realiza um sonho. Esse ano realizei o sonho de ver baleias de perto e curto ensinar semanalmente um grupo de funcionários da AGF algumas melhores práticas e ferramentas de gerenciamento de projetos.
- Hoje tenho outros (e de vez em quando confusos) sentimentos quando vejo/ouço notícias do Brasil. Eu continuo a querer saber o que acontece, pois tenho muita esperança de ver as coisas indo certo e terei muito orgulho em dizer "eu também sou brasileiro assim como aquelas pessoas que fazem as coisas acontecerem".

Bem, por mais que eu tente, não dá para descrever tudo o que passamos... Acho que somente vivendo a experiência é que dá para ter uma noção de como as coisas são. Não consigo nem imaginar como as pessoas nos vêem morando longe, superando desafios, etc etc... e sinceramente, isso não importa muito. O pensamento que tenho hoje e conselho que eu deixaria para cada pessoa é: Procure aquilo que te faça feliz! Sempre! E não perca tempo agarrado a coisas que não te fazem feliz!

Aproveito para deixar aqui a oração de Reinhold Niebuhr referente a tatuagem da Claudia:


God, give us grace to accept with serenity
the things that cannot be changed,
Courage to change the things
which should be changed,
and the Wisdom to distinguish
the one from the other.
Living one day at a time,
Enjoying one moment at a time,
Accepting hardship as a pathway to peace,
Taking, as Jesus did,
This sinful world as it is,
Not as I would have it,
Trusting that You will make all things right,
If I surrender to Your will,
So that I may be reasonably happy in this life,
And supremely happy with You forever in the next.
Amen.

Nenhum comentário: