Um ano e meio de Canadá

Deixei passar, mas não me esqueci... Na última sexta-feira, dia 22 de Julho completamos 1 ano e meio vivendo no Canadá.
A sensação ainda é muito estranha e é difícil de me ver vivendo aqui para sempre. Uma coisa é certa, eu gosto de mudanças! E muitas coisas aconteceram durante esse 1,5 ano que são impossíveis de descrever.

Já passei por muitas situações desconfortáveis (comida, idioma, clima, amigos, falta de emprego, trabalho chato, rotina, etc...) e cada uma delas me ensinou alguma coisa. Acredito até mesmo que mudei meu jeito de pensar, ser e agir para algumas coisas.

Algumas coisas que antes me incomodavam quando eu comparava as coisas daqui com as do Brasil já não me incomodam mais. Por exemplo, ler notícias de violência no Brasil me causa pena, pois carrego muito orgulho de ser brasileiro, mas não vale a pena ficar comparando.

Vou tentar deixar minhas "pegadas" aqui no Blog para registar minha percepção do 1,5 ano:

- Gosto muito do apartamento em que vivemos e da localização. Não acho caro, mas penso que está na hora de procurar nosso próprio cantinho, pois pagar aluguel é dureza.
- Cada estação do ano tem sua peculiaridade. O frio e a duração do inverno ainda não me incomodam muito (dentro de casa não sinto nada de frio e isso é um fator muito importante, pois lembro que em S.P. eu sentia frio dentro de casa); a primavera é quando as pessoas saem às ruas mais alegres e a magia das flores começa a aparecer; o verão é muito quente (eu não gosto muito), porém os dias são longos e dá para fazer muitas coisas (esportes e passeios por exemplo); e o outono é minha estação favorita por causa da temperatura ainda agradável e beleza das cores.
- A comida grega ainda é minha favorita entre as diversas cozinhas. Claro que ainda gosto da italiana, mas ultimamente tenho dado mais chance para a grega, sorry.
- Às vezes até dá vontade de ter mais trecos eletrônicos, mas a vontade é muito diferente daquela que eu tinha quando estava no Brasil e viajava para o exterior.
- O inglês está muito mais natural tanto para ouvir, quanto para falar... e para ler então, não dá dor de cabeça. Ainda prefiro assistir aos filmes alugados (ou on demand) com legenda para não ter que ficar "ligado" o tempo todo.
- O serviço está indo muito bem e pelos feedbacks que recebo, parece que curtem meu trabalho. Não há de maneira alguma preconceito por eu ter vindo do Brasil. Muito pelo contrário, meu diretor de vez em quando pergunta como era trabalhar no Brasil e pede opiniões e ideias.
- Ainda estou ganhando menos do que ganhava no Brasil e o cargo ainda é um pouco inferior, porém não está me preocupando, pois a gente gasta melhor aqui e ainda vejo muitas chances de crescimento.
- Como diria a Claudia, o investimento em viagens é um dinheiro muito bem aplicado. Tivemos a oportunidade de conhecer lugares diferentes e a companhia da Claudia faz toda a diferença.
- A Qualidade de Vida (estou considerando que o fator Segurança faz parte da Qualidade de Vida) é o ponto marcante para mim nesse período.
- Os novos amigos ainda não são como os velhos amigos, mas são amigos.
- Percebi que não vale a pena ficar insistindo para as pessoas virem nos visitar, pois temos que respeitar a vontade alheia (questão financeira, prioridades, disponibilidade, vontade, etc...).
- Tive alguns momentos complicados por conta da saúde, mas preciso me acostumar (ou aprender a não adoecer).
- Já tive momentos de homesick (imensa saudade de "casa"), mas até agora tenho conseguido contornar.
- Já recebemos algumas visitas de familiares e a quebra de rotina é um pouco ruim, mas o saldo é sempre positivo.

 Acho que estou me sentindo um pouco mais canadense, mesmo sem saber direito o que é isso...
:-)

[]s